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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Ada Lovelace Day


Esse pequeno post veio meio atrasado, mas o que vale é a intenção ;D
No dia 16 de outubro comemora-se o Ada Lovelace Day!!
Neste dia, organizações pelo mundo todo prestam homenagens não apenas à programadora, mas a outras “Adas” que seguiram seus passos – mulheres que se destacaram em áreas das ciências exatas, comumente dominadas por homens.

Antes de tudo, vamos falar um pouco dessa mulher que inspira tantas outras há mais de 100 anos:



Ada Byron King, a condessa de Lovelace (Ada Lovelace - 10 de dezembro de 1815 - 27 de novembro de 1852) nasceu na Inglaterra, única filha legítima do poeta ingles Lord Byron e de Annabella Milbanke Byron.

Ada Byron, ou Sr.ª Lovelace, foi uma das mais curiosas personagens da história da computação.

Cinco semanas após seu nascimento, sua mãe, a Sr.ª Byron, pediu o divórcio do escritor e conseguiu a custódia da filha. Ada foi criada por sua mãe para ser matemática e cientista. A Sr.ª Byron, recém separada, tinha medo de que ela trilhasse os mesmos caminhos do pai e se tornasse uma poetisa. Apesar dos planos de sua mãe, Ada nunca negou suas inclinações poéticas e ansiava por ser “analista e metafísica”. Com cerca de trinta anos, Ada escreveu a sua mãe perguntando: Se você não pode me dar poesia, pode dar-me então ciência poética?* Seu entendimento de matemática foi sempre envolvido de imaginação e descrito em metáforas.

Por estar frequentemente doente e de cama, Ada foi educada em sua própria casa por grandes mentes de seu tempo, como William Frend, Mary Somerville, Augustus De Morgan e William King — com quem mais tarde se casaria, tornando-se a Condessa de Lovelace.



Estudou matemática e ciências. Autodidata, desde jovem trabalhou com Charles Babbage, a quem consideramos como o pai dos ordenadores, graças a sua máquina analítica que funciona com o mesmo princípio dos computadores atuais.

Em 1833, o projeto no qual ele trabalhava, a máquina de uso geral “Engenho Analítico”. Fascinada pela invenção, Ada passou a se corresponder com Babbage, fazendo anotações sobre seu trabalho. Ela desenvolveu uma maneira de calcular números de Bernoulli usando a máquina de Babbage. Assim, escreveu o que posteriormente seria considerado o primeiro algoritmo computacional.


Em suas anotações, a “encantadora de números”**, como Babbage a chamava, predizia que uma máquina como aquela um dia produziria música, gráficos e imagens, além de ser utilizada tanto para atividades práticas do dia a dia como para a pesquisa científica.
Ada sugeriu a Babbage que escrevesse um plano sobre como a máquina deveria calcular números de Bernoulli. Esse plano é considerado o primeiro programa de computador da história. 
Ada faleceu em Londres no dia 27 de Novembro de 1852, aos 36 anos, de câncer de útero, deixando dois filhos e uma filha, conhecida como Lady Anne Blunt. Em 1953, cem anos depois da sua morte, a máquina analítica de Babbage foi redescoberta e seu projeto e as notas de Ada entraram para história como o primeiro computador e software, respectivamente.

Apesar de Ada ter vivido muito pouco, assim como seu pai, ela foi responsável por antecipar, em mais de um século, o que consideramos como a computação moderna.

Em 1980, o Departamento de Defesa dos EUA registrou a linguagem de programação Ada, em sua homenagem

Ada – linguagem de programação de alto nível adaptada ao tratamento de dados numéricos e à escritura de programas de base e de sistemas que funcionam em tempo real. (Grande Enciclopédia Larousse Cultural)

E isso é apenas um resumo sobre a vida e história de Condessa Lovelace.


Dia 16 de outubro

A comemoração desse dia surgiu em 2009 por Suw Charman-Anderson. A tecnóloga, jornalista e escritora afirma que se cansou das contínuas desculpas das empresas de tecnologia a respeito da falta de palestrantes mulheres em conferências, e decidiu fazer algo a respeito.
Infelizmente, ao contrário de Ada, outras mulheres cientistas nunca foram reconhecidas, e isso ajudou a disseminar a ideia de que não somos preparadas para os números.
Descobertas fundamentais foram realizadas pelas mulheres. A cientista Lisa Meitner foi a real autora de cálculos que permitiram a descoberta da fusão nuclear, mas o homem que ganhou o Nobel pelo feito em 1944 jamais a mencionou.

Fato semelhante ocorreu com Rosalin Franklin, autora da fotografia que permitiu revelar a estrutura da dupla hélice do DNA, e de Nettie Stevens, que descobriu em 1905 os cromossomos X e Y, que determinam o sexo das pessoas. Jamais foram citadas como suas co-autoras na época em que os feitos foram alardeados. Até mesmo a primeira mulher de Albert Einstein, Mileva Maric, somente agora começa a ser reconhecida por seu papel nas descobertas do marido. Isso, só para ficar em alguns exemplos.


Existem sites que homenageiam esse dia e dão oportunidade para as grandes mentes femininas contarem suas historias.

Você pode conferir em:



E finalizando esse post (que por incrível que pareça poderia ser bem maior), deixo um poema do pai da nossa homenageada, porque simplesmente eu gosto de poemas e acho que combina com o tema de hoje ;D

"Aqueles que se recusam a serem chamados à razão, são intolerantes; Aqueles que não conseguem, são tolos; E aqueles que não se atrevem, são escravos"

Fontes:

*Ciência poética, tá ai algo que eu gostaria de ver...
**tem apelido mais apropriado?

Mayara 

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