Esse pequeno post veio meio atrasado, mas o que vale é a
intenção ;D
No dia 16 de outubro comemora-se o Ada Lovelace Day!!
Neste dia, organizações pelo mundo todo prestam homenagens não
apenas à programadora, mas a outras “Adas” que seguiram seus passos – mulheres
que se destacaram em áreas das ciências exatas, comumente dominadas por homens.
Antes de tudo, vamos falar um pouco dessa mulher que inspira
tantas outras há mais de 100 anos:
Ada Byron King, a condessa de Lovelace (Ada Lovelace - 10 de
dezembro de 1815 - 27 de novembro de 1852) nasceu na Inglaterra, única
filha legítima do poeta ingles Lord Byron e de Annabella Milbanke Byron.
Ada Byron, ou Sr.ª Lovelace, foi uma das mais curiosas personagens da
história da computação.
Cinco semanas após seu nascimento, sua mãe,
a Sr.ª Byron, pediu o divórcio do escritor e conseguiu a custódia da filha. Ada
foi criada por sua mãe para ser matemática e cientista. A Sr.ª Byron, recém
separada, tinha medo de que ela trilhasse os mesmos caminhos do pai e se
tornasse uma poetisa. Apesar dos planos de sua mãe, Ada nunca negou suas
inclinações poéticas e ansiava por ser “analista e metafísica”. Com cerca de
trinta anos, Ada escreveu a sua mãe perguntando: “Se você não pode me dar
poesia, pode dar-me então ciência poética?”* Seu entendimento de
matemática foi sempre envolvido de imaginação e descrito em metáforas.
Por estar frequentemente doente e de cama, Ada foi educada em
sua própria casa por grandes mentes de seu tempo, como William Frend, Mary
Somerville, Augustus De Morgan e William King — com quem mais tarde se casaria,
tornando-se a Condessa de Lovelace.
Estudou matemática e ciências. Autodidata, desde jovem trabalhou
com Charles Babbage, a quem consideramos como o pai dos ordenadores, graças a
sua máquina analítica que funciona com o mesmo princípio dos computadores
atuais.
Em 1833, o projeto no qual ele trabalhava, a máquina de uso
geral “Engenho Analítico”. Fascinada pela invenção, Ada passou a se
corresponder com Babbage, fazendo anotações sobre seu trabalho. Ela desenvolveu
uma maneira de calcular números de Bernoulli usando a máquina de Babbage.
Assim, escreveu o que posteriormente seria considerado o primeiro algoritmo
computacional.
Em suas anotações, a “encantadora
de números”**, como Babbage a chamava, predizia que uma máquina como
aquela um dia produziria música, gráficos e imagens, além de ser utilizada
tanto para atividades práticas do dia a dia como para a pesquisa científica.
Ada sugeriu a Babbage que escrevesse um plano sobre como a
máquina deveria calcular números de Bernoulli. Esse plano é considerado o
primeiro programa de computador
da história.
Ada faleceu em Londres no dia 27 de Novembro de 1852, aos 36
anos, de câncer
de útero, deixando dois filhos e uma filha, conhecida como Lady Anne Blunt. Em 1953, cem anos
depois da sua morte, a máquina analítica de Babbage foi
redescoberta e seu projeto e as notas de Ada entraram para história como o
primeiro computador e software, respectivamente.
Apesar de Ada ter vivido muito pouco, assim como seu pai, ela foi
responsável por antecipar, em mais de um século, o que consideramos como a
computação moderna.
Em 1980, o Departamento de Defesa dos EUA registrou
a linguagem de programação Ada, em sua homenagem
Ada – linguagem de programação de alto nível
adaptada ao tratamento de dados numéricos e à escritura de programas de base e
de sistemas que funcionam em tempo real. (Grande Enciclopédia Larousse Cultural)
E isso é apenas um resumo sobre a vida e história de Condessa
Lovelace.
Dia 16 de outubro
A comemoração desse dia surgiu em 2009 por Suw Charman-Anderson. A
tecnóloga, jornalista e escritora afirma que se cansou das contínuas desculpas
das empresas de tecnologia a respeito da falta de palestrantes mulheres em
conferências, e decidiu fazer algo a respeito.
Infelizmente,
ao
contrário de Ada, outras mulheres cientistas nunca foram reconhecidas, e isso
ajudou a disseminar a ideia de que não somos preparadas para os números.
Descobertas fundamentais foram realizadas
pelas mulheres. A cientista Lisa Meitner foi
a real autora de cálculos que permitiram a descoberta da fusão nuclear, mas o
homem que ganhou o Nobel pelo feito em 1944 jamais a mencionou.
Fato semelhante ocorreu com Rosalin Franklin, autora da fotografia que
permitiu revelar a estrutura da dupla hélice do DNA, e de Nettie
Stevens, que descobriu em 1905 os cromossomos X e Y, que
determinam o sexo das pessoas. Jamais foram citadas como suas co-autoras na
época em que os feitos foram alardeados. Até mesmo a primeira mulher de Albert
Einstein, Mileva Maric, somente agora começa a ser
reconhecida por seu papel nas descobertas do marido. Isso, só para ficar em
alguns exemplos.
Existem sites que homenageiam esse dia e dão oportunidade para as
grandes mentes femininas contarem suas historias.
Você pode conferir em:
E
finalizando esse post (que por incrível que pareça poderia ser bem maior),
deixo um poema do pai da nossa homenageada, porque simplesmente eu gosto de
poemas e acho que combina com o tema de hoje ;D
"Aqueles que se recusam a serem chamados à razão, são intolerantes; Aqueles que não conseguem, são tolos; E aqueles que não se atrevem, são escravos"
Fontes:
*Ciência poética, tá ai algo que eu gostaria de ver...
**tem apelido mais apropriado?
Mayara
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