HISTÓRIA DO MS-DOS
O
primeiro computador pessoal foi o Altair, produzido em 1975 por uma companhia
chamada MITS, de Albuquerque, Novo México, EUA. Ele era baseado no
microprocessador 8080, de oito bits, fabricado pela Intel, e tinha 256 bytes de
memória. O Altair, não tinha teclado, nem vídeo, muito menos discos ou fitas,
mas seu preço muito baixo, em torno de 400 dólares, transformou-o num cult para
eletrônicos amadores, que cresceram montando kits de rádio e televisões
vendidos em bancas de jornal. Um jovem chamado Bill Gates escreveu uma versão
BASIC para o Altair, que obteve um sucesso modesto junto aos usuários do
microcomputador. Mais tarde este programa veio a fazer de Gates um bilionário.
Em
poucos anos muitas empresas começaram a produzir micro computadores baseados no
chip 8080. Em quase todas essas máquinas, rodava um sistema operacional chamado
CP/M, produzido por uma pequena empresa da Califórnia, a Digital Research.
Todos os computadores pessoais (chamados microcomputadores) projetados de 1975
até o início da década de 80 nada mais eram do que brinquedos comprados e
utilizados fundamentalmente pelas pessoas que tinham a eletrônica como hobby.
A IBM PC
No
início dos anos 80, a IBM, que então dominava a indústria de computadores, decidiu
entrar no negócio da computação pessoal. No entanto, como ela custou a tomar
uma decisão sobre o assunto, já era tarde para desenvolver um projeto próprio.
Por conta disso, seus executivos decidiram fazer algo que não era usual para a
normalmente cautelosa e burocrática IBM. Enviaram um de seus gerentes, Philip
Estridge, para Boca Raton, na Flórida, com uma mala cheia de dinheiro, com a
recomendação de não voltar de Nova Iorque sem um projeto de computador pessoal
no bolso.
Estridge
percebeu logo que a única maneira de se produzir rapidamente um computador
pessoal era utilizando componentes-padrão, em vez dos projetados internamente,
pela própria IBM, como ela sempre fazia. Nesta época, a Intel já tinha
produzido dois sucessores para o 8080, o 8086, de 16 bits, e o 8088, uma versão
do 8086, com barramento de 8 bits. Estridge escolheu, pois os chips que davam
suporte a esse processador eram muito mais baratos que o dos 8086. Esta decisão
baseou-se no fato de o preço de venda da máquina ser o ponto de maior
importância no projeto.
Além
de não ter interesse em construir ela própria os chips para equipar seu
computador pessoal, a IBM estava muito menos interessada em escrever um
software para ele. Seus executivos sabiam que o BASIC era muito popular entre
os usuários de computadores pessoais, de modo que eles foram consultar Bill
Gates, que nesta época já tinha fundado uma nova empresa, chamada Microsoft, a
fim de licenciar o interpretador BASIC para ser usado no IBM-PC. Pediram também
que Gates desenvolvesse um sistema operacional para a nova máquina.
A Microsoft,
porém, estava dedicada ao projeto de vender o UNIX, sob licença de Bell Labs
(AT & T). Ocorre que o UNIX originário do mundo dos minicomputadores,
precisava de 100Kb de memória só para o sistema operacional e também de um
disco rígido. A máquina da IBM tinha um total de 64k de memória e não era
equipada com disco rígido. Em função disso, Gates sugeriu que a IBM usasse o
CP/M – 86, desenvolvido pela Digital Research. A IBM consultou a Digital
Research, que respondeu que o desenvolvimento dos CP/M – 86 estava atrasado em
relação ao cronograma original, e a IBM não podia esperar.
A
Microsoft foi então mais uma vez procurada, desta vez consultada sobre a
possibilidade de escrever um sistema operacional com as mesmas características
do CP/M – 86. Os projetos de Gates o impediram de assumir a empreitada e
realizá-la no prazo exigido pela IBM. Ele, porém, sabia que uma empresa vizinha
da Microsoft, a Seattle Computer Products, havia desenvolvido um sistema
operacional CP/M – like, denominado 86 – DOS , para testar as placas de memória
que ela produzia e vendia. A Microsoft então comprou o 86 – DOS, e em abril de
1981, contratou seu projetista, Tim Paterson, para torná-lo ainda menor. Eles
mudaram o nome do sistema para MS-DOS (Micro Soft – Disk Operating System),
entregando-o a IBM dentro do prazo contratado. Quando o IBM PC foi anunciado
com pompa de circunstância em agosto de 1981, o MS-DOS estava lá junto com ele.
Na
versão da IBM e de muitos outros fabricantes, a maior virtude do MS-DOS era a
de permitir que softwares desenvolvidos para CP/M, que rodavam no processador
8080 (o 8088 era compatível com o 8080 e podia rodar a maioria dos seus
programas com pouquíssimas modificações), rodassem também sob o MS-DOS. Ninguém
poderia imaginar que 10 anos depois este pequeno sistema, que surgiu no mercado
quase que por acidente, pudesse estar controlando o funcionamento de 50 milhões
de computadores espalhados pelo mundo inteiro.
Além
do mais, ninguém, nem mesmo a IBM, tinha a menor ideia do sucesso que o IBM PC
iria alcançar. A IBM imaginava inicialmente que ele seria usado para jogos.
Basta ver que a frequência de 4,77MHz do seu clock, foi escolhida em função da
compatibilidade com a usada nos sistemas de televisão americanas, de maneira a
permitir que as pessoas usassem seus próprios aparelhos de TV com vídeo em vez
de monitores específicos. O PC também vinha equipado com hardware para
controlar aparelhos de gravação/reprodução de fitas cassete, que poderiam ser
usadas como meio de armazenamento, e joysticks. Nenhum destes dois
dispositivos, teve muito uso, em virtude da inexistência de softwares para
eles.
Provavelmente
a melhor coisa que a IBM fez, foi tornar o PC um sistema aberto. O projeto
completo, inclusive as listagem da ROM e os diagramas elétricos foram descrito
em detalhes em um livro que estava disponível em todos os pontos de venda dos
PCs. Isto fez com que fosse possível usar no PC tanto produtos de Hardware
quanto de Software produzidos por terceiros, a exemplo do que foi feito por
milhares de fabricantes no mundo inteiro.
De
fato, com os diagramas de circuitos disponíveis, e a máquina sendo composta
exclusivamente por componentes não dedicados, que podiam ser comprados em
qualquer loja de eletrônica, muitas empresas passaram a construir e a vender
cópias do PC, conhecida como clones, entrando em competição direta com a
própria IBM. Foi devido a esta enorma carga de enrgia e criatividade que o PC
teve tanto sucesso, e, a reboque dele, o MS-DOS.
É
interessante dizer alguma coisa sobre o hardware do PC. Apesar do 8088 dispor
de um espaço de endereçamento de 1Mb, a IBM resolveu alocar os primeiros 640k
deste espaço para RAM, e o resto para as roms, placas de vídeo e outras coisas.
Como consequência, o MS-DOS, foi projetado para suportar programas com tamanho
máximo de 640k. Em um primeiro momento, isto não era problema, uma vez que as
máquinas só tinham 64 kb de RAM, mas a incapacidade do MS-DOS em rodar
programas com mais de 640k , tornou-se um problema sério. E este problema está
ajudando na sua quase extinção.
Outra
característica importante do IBM PC é o fato de ele não dispor de qualquer tipo
de proteção por hardware. Os programas são livres para passar por cima do
sistema operacional e acessar diretamente o hardware, usualmente com o intuito
de obter uma performance melhor. Este estilo de programação resultou em um
grande número de programas mal escritos e sem características que permitissem
sua portabilidade. Tais programas constituiram-se numa assombração constante
para seus criadores, que não raro os recebem de volta.
Fontes: http://www.angelfire.com/co/eltonsanders/socap9.html
Portado por: Luana Miranda
Fontes: http://www.angelfire.com/co/eltonsanders/socap9.html
Portado por: Luana Miranda
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